quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ninguém perscrutou

Eu quero saber
do que Freud não disse
Jung não sonha
ou pondera Lacan...

Não cantou Djavan
perscrutou Isaias
socratizou Nietzche
de Platão porcaria

Preciso saber
o que Buda não soube
não coube em Mozart
e Dante não viu

Me diga agora
o que Marx queria
se Cristo sorria
ao Pedro chorão

Me diga algo novo
porque sou tão cego
demência de Nero
  já se foi Aristóteles...


      ...




Suposto Saber

Sei até do que não vi
percebi, não há respostas
são impostas ás soluções
e os consolos de antemão...

Então, irrisórias são as drogas
dos seus cultos e indultos
fruto de vazios sermões 
tambores da incoerência

Prefiro viver desilusões
à falência das percepções
da tal dissolução do ser
que de saber, petrificou  ...

Anjo perdido

já vivi o suficiente
pra saber que o suficiente nunca se sacia...
planos fúteis concebia
minha mente em transição...

A padronização me feria
mas na minha rebeldia
a comunhão não percebi
me vi só com esta missão

desde sempre já sabia
que o plano era inútil
não sacia à matéria
tal caminho não queria...

Mesmo assim sou incansável
insaciável quero grana
toda lama me possui
me seduz tal ilusão

Olhe só o que virei
nesta aglomeração
minha alma se perdeu
endureceu meu coração

Compaixão deixei de ter
ser, não é mais importante
fui programado a um modelo
que é mais forte do que eu...

Pereceu a liberdade
sou anjo preso ao pó
faço planos que dão dó
nem pareço mais um deus


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Só pagando

Dê mais propinas a um laranja.
pois sua fama, disseram; condizia!
ora, não se engana um sovina!
seu banana de pijama!!!

porcaria são seus planos!
Sindicato enche o saco a revelia...
Então, o que caberia a esta situação?
revolução talvez serviria!!!

não fui eu! Está claro, transparente!!!
O otário incompetente é zé Dirceu!!!
A mim você não deu! Pois te entrego!
direi a todos o quanto recebeu!!!

Mixaria não me compra vossa excelência
oh decadência! Imbecil feche as contas
e faça de conta que não viu!
quando partiu sorridente o Bob Esponja.

E quanto ao astuto
Lula Molusco?
em nada consentiu!!!
quem mentiu, não sabia!!!
como o próprio arguiu!




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Andei matando o poeta

Andei filtrando meus versos.
Esperto! só  escrevia o suportável,
estável, previsível...
endireitei minhas linhas!

mantive a sanidade por perto.
do incerto desisti,
engoli o choro no soluço!
tal qual bruto me vesti...

registrei carteira,
trabalhei noites inteiras!
sorri em algum canto e se
inquirido, não é nada repeti!


então  foi-se o encanto!
e em espanto eu percebia,
que fazia exatamente
o que minha mente não concebia


traía-me!!!


Enquanto o poeta morria...


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Baú de antiguidades

A morte que me habita
departamentaliza tudo em caixões
Com sumarias opiniões
segue fechando questões
tudo está morto enterrado...

Mas a vida insistentemente
desconstrói tenazmente
Todo funebre balanço

e o descanso almejado
tem pedido indeferido
silêncio negado
Sentenciado prazo indefinido

Isto posto, está dito
Veredito prorrogado
tudo é infinito...

no baú de antiguidades só tem pó
pois a vida não vira passado...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

convicção

Porque perguntei ao vento
o que nao posso medir?
eu poderia sorrir,
Pois já tenho a lua e o sol!

Ainda não sei dedilhar Si bemol
Mas ja fui curado da presunção
Nao tenho mais nenhuma convicção
E Disso estou convencido...

Ja tomei comprimidos de toda cor
E o amor que dói sufoquei
Quando arranhei Do maior.
Só não sei o que é pior;
O saber ou o ser esquecido.

domingo, 9 de novembro de 2014

Azul está o céu

Muito sol la fora...
Aqui dentro
O vento artificial
embala rock and roll...

Tanto faz se chover
Ou nevar neste verao
antagonizo a situação
e previsão não sou de ler...

Como não ha quem possa crer
Em quem faz oposição
Guitarra no meu coração
Nao cessa de chorar um blues...

Então, subitamente,  raios atravessam o véu
Das obscuras brumas da ilusão
Tocando minha cegueira
E em segundos, por uma fração,

Minha maior vislumbracao
é que azul está o céu...

sábado, 8 de novembro de 2014

Coleiras de diamantes

Tarde triste, garoa chorosa
que impinge brilho as caras famintas
das crianças na marginal...

Na avenida principal
Seguem aflitas às compras
dondocas businantes...

Em seu desfilar fútil
da decência inútil
gralham e rosnam suas urgências. ..

Nas etiquetas do ridículo
Seu suplício consumista as consome
Pranteia o ceu cinzento pela fome em desesperança...

Sons de estômagos trovejantes
misturam-se ao gotejamento melancolico
Nas marquises esquecidas...

Enquanto isso, as senhoras com fome elitista
Disputam com outras loucas
A lista das finas saias...

E a laia que só produz lixo,
Sem perceber a garoa ja nas mansões prisionais
são consumidas tais patroas
por coleiras estão detidas

A tudo o que podem comprar...




Almas que fazem amor

Seu sorriso me toca suave
Enquanto me deslizo em você
coletando de seu mel...

Neste nosso pequeno céu
Ao leo da extravagância
Basta-nos a observância
do entrelaçar de nossas almas

com calma atemporal
tal qual flutuantes ao vento
zombamos da finitude da dor
desconhecemos desalento

Sorrindo com o universo
se fundimos e se refazemos
completando-se em versos,
na eterna dança do amor...





terça-feira, 4 de novembro de 2014

qual é seu plano neste plano?

Enquanto meu corpo rotinava
nos entraves do sustento,
minh'alma pairava, desvairada
onde nada a compelia repetir.
sem devir ou dever!
absorta nas asas do vento  ...

Convenhamos que o advento momentâneo
coletando perecíveis 
animaliza puritanos
franciscanos desvirtua
qual é a sua neste plano?
qual é o seu plano nesta vida?