quinta-feira, 24 de abril de 2014

Morgana

vais onde quer
dorme aonde der...

chora, pede, implora
morde, brinca e explora.
e se quer, quer pra já!
agora!!!


Deus

Vi o céu, vi o mar, teologizei...

Reducionei toda à arte,
fazendo cabê-la nos códigos da nossa existência...

oh Irreferível tapeceiro!
quem te sondará? Quem conjecturará sobre ti?
quem falará, na ausência dos signos?

Poderia porventura seres relativos conceber totalidades?
pobres tropeçantes cegos tateantes,
insistem descrevendo o indiscritível...
 
Ao ver que não vi, desteologizei
Sentindo o vento entendi
não és o que tanto falaram de tí...


então eu calado estupefato, apenas te contemplo
e na minha total incompetência verbal
rompo o silencio com um suspiro...

terça-feira, 22 de abril de 2014

A vida sorri, ninguem vê

As flores me sorriem em esplendor
ao cãozinho, basta o afago das mãos
o gatinho quer mesmo é brincar
e eu só quero rolar neste chão...

As folhas aplaudem ao vento
o cãozinho quer cheiro da mata
o gatinho quer mesmo é brincar
eu sinto e respiro esta graça


Cãozinho precisa brincar
recebo o afago das mãos
Flores exalam sua graça
gatinho rolando no chão...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

o tempo apaga a história

Possuo e não posso reter

demarco o solo e digo que é meu

conquisto, retenho, mas logo me vou

e o ter, me fez quem não sou...



A agua me vaza das mãos

o vento me sopra as pegadas.

o pó ri de mim, presunção

e o tempo me apaga da história ...

Eu vi tudo o que cri

Não duvido de nada, por que o nada existe.
não duvido que eu me engane
acreditando no inconcebível infame
no intolerável vácuo dos mitos ilogicos
que vexame!!!
Os ditames do ridículo...

Acreditei, pirei, me iludi, viajei...
mas eu vi, tudo o que acreditei.
se inventei, nem sei! Não ouso falar do que cri
acreditei na imaginação e beijei o inimaginável
Oh quão falsários!!!
são os limites do ordinário..


sábado, 12 de abril de 2014

Rastejando na marginalidade dos ideais

Não sabendo de meu poder, usei-o para fazer mal.
Procurando riquezas no chão, nunca mais olhei para o céu.
pela continuidade fui atras da humanidade...
E a humanidade se perdeu...

Alguém fixou uma verdade.
Disseram-me, você é! Acreditei e me esqueci de quem sou
e somos assim, eternos ansiosos,
buscando onde não se pode achar...

Partimos do que foi dito e ampliamos
agregamos sentido ao desconexo
agora, tudo ganhou logica, menos a vida
que rasteja à marginalidade dos nossos  ideais...

Acumulei opressão


Departamentalizei a existência

fragmentei minha alma

negligenciei meu espirito

terceirizei minha fé

deleguei meu sentido...




Acumulei opressão

escravizei-me ao consumo

jactei-me do acumulo

limitei-me a matéria

atrofiei meus sentidos...




Alterei meu DNA

interferi no universo

fiz guerra pela paz

devorei meus irmãos

sujei minhas mãos, não vivi...

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Perdidos e nus

Julgadores do outro
cegos e desgraçados.
Não quero seu ontem
Nossa verdade é mutável.
Para quem se enxerga e vê
a depressão é alternativa...

Andantes dos círculos
ignorantes, pedantes
construtores divagantes
perdidos e nus
Para quem quer prosseguir
O perdão é o caminho...

Amor que me ama

conheço-te de longe
sou tateante e raramente te vejo
embora muito se fale de ti
poucos te vivem, plenitude não há
e muitos te resistem...

Invisível aos olhos
Es como Deus
que vez ou outra se faz perceber
no simples gesto de alguém
que se move por compaixão...

És de poucas palavras, amor!
Sua grandeza é inexprimível
quando toca, transforma!
és ternura, acolhimento
és Deus, o meu Senhor...


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Perdoo-te porque sou mal...

Seguimos juntos na deriva do espaço
 e nossos erros não tem dimensão ou peso.
Destes, esqueci completamente;
meus acertos são os seus...

Absolvo-te, sem ouvir as suas justificativas.
não quero, não preciso,
todos estão perdoados.
os seus pecados são os meus.





Falta de verso

O meu gemido é arte disforme.
Inenarrável contorcer visceral
Não tenho palavras e nenhuma imagem
para codificar este momento...

Quem me dera brotasse-me uns versos...
Quisera eu compor sobre a vida e o amor
mas é impossível verbalizar este sentir
nesta noite que não se justifica...